quarta-feira, 14 de maio de 2008

TiVo

Falando sobre TV Digital, lembrei-me do TiVo, mencionado pelo professor algumas semanas atrás, um dispositivo bem interessante no mercado desde 1999, que captura a programação de TV em um HD (DVR – Digital Video Recorder).

Uma característica do TiVo é a possibilidade de detectar e excluir a publicidade na programação, assim, o usuário seleciona o que deseja armazenar de um banco de dados disponibilizado pela empresa, que mostra a ele a programação exibida na área em que ele se encontra. Neste banco de dados há informações sobre a programação das próximas duas semanas, como atores, diretores e gênero, que podem ser utilizados como critério de busca pelo usuário, o qual pode também optar por gravar uma temporada inteira de seu seriado favorito, somente as reprises ou os episódios inéditos.

O dispositivo não pode gravar dois programas que passem ao mesmo tempo, então aquele selecionado como “top priority” será gravado e, se depois disso, se o outro ainda estiver sendo exibido, terá o tempo de duração restante gravado. A memória do dispositivo é limitada e quando está lotada os programas mais antigos são deletados, a menos que o usuário sinalize que não deseja perder aquele conteúdo.

Outra forma de utilizar o TiVo é ligando-o ao computador e usando-o para gravar vídeos da internet através do site da empresa. Recentemente (Março/2008) foi feita uma parceria entre o YouTube e a TiVo para que os vídeos do site possam ser carregados nas telas das TV’s de quem possui o dispositivo com placa para acesso à internet, já que o TiVo lerá a base de vídeos do YouTube. O TiVoToGo permite o inverso, transmitir programas armazenados no TiVo para o computador.

Um diferencial do aparelho é armazenar programas nos quais o usuário possa ter interesse, de acordo com o seu perfil e, além disso, gravar e exibir a programação ao mesmo tempo, permitindo que o usuário retroceda até trinta minutos no que estiver sendo exibido, avance durante comerciais e pause a programação. Programas os quais tenham menos de trinta minutos exibidos podem ser totalmente gravados desta maneira.

Há algumas controvérsias envolvendo o aparelho e seus usos, como a violação da privacidade dos assinantes, que têm seus dados com relação aos programas que foram vistos obtidos pela empresa e até repassados para outras companhias de publicidade. Também houve um problema com “pop-ups”, um caso no qual certos usuários foram selecionados sem o seu conhecimento para serem “beta-testers” de uma nova modalidade de anúncios: Ao avançar certos comerciais os usuários se deparavam com uma tela estática de propaganda. Isto atraiu uma chuva de críticas, já que muitos assinantes haviam adquirido o produto justamente para escapar dos comerciais e acreditando que este serviço não os conteria.
Esta questão com a publicidade é bastante complexa, já que devido à possibilidade de burlar as propagandas, o TiVo foi banido em alguns países (Cingapura foi um deles). Sendo a publicidade a principal fonte de renda da mídia, perdê-la traria um baque financeiro que as empresas possivelmente não conseguiriam superar, pelo menos não em curto prazo. Aqui entra a importância da geração de um novo modelo de negócios que se adapte às exigências do momento no qual estamos.

Disponibilidade: O aparelho e os serviços encontram-se disponíveis nos EUA, Reino Unido, Canadá, México e Taiwan, mas alguns equipamentos foram modificados para operar em outros países da Europa, África e Oceania nos quais o serviço ainda não foi oficialmente lançado.

PS: Aqui vão alguns comerciais.



2 comentários:

Tamyres Matos disse...

Muito interessante a implantação desse dispositivo, porém é um grande desafio descobrir como fazê-lo sem uma jogada implícita, como a dos dados pessoais oferecidos às empresas, com objetivo de uma publicidade mais direcionada. Sinceramente não sei como utilizar um programa como esse sem criar uma grande dor de cabeça para as empresas publicitárias; tendo essas um poder incomensurável no modelo de comunicação atual. Já que chegamos, em aula, à conclusão de que o modelo analógico de programação demorará para ser suplantado, esse processo de passagem com relação às técnicas de publicidade é uma questão a ser discutida.

Anônimo disse...

O mais importante é que isso obriga, diretamente, a mudança na programaçao e nos programas. Isso, é lógico, nos países em que o tivo nao foi proibido. As propagandas sao ótimas. Mas, elas sao só de internet? Ou usam o meio analógico para difusao?! Porque se for, é meio irônico...